E terminam os Jogos

Bom, e era isso... Acabaram-se as Olimpíadas de Londres, fim da imensa overdose de esportes durante duas semanas inteiras, e de quebra aquela sensação de ansiedade e preocupação para daqui a quatro anos, quando os jogos serão aqui no Rio de Janeiro. Realmente, eu não vejo a hora do caos aumentar astronomicamente aqui na cidade, que ainda caminha a passos curtos e trôpegos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016...

Mas até lá ainda vamos relembrar muito desses jogos de Londres. Não faltaram momentos marcantes, situações curiosas e até cômicas, consagração de heróis e a queda de grandes favoritos. E, como sempre, uma participação relativamente sofrível do Brasil, que amarelou total.


Tudo bem que há de se destacar que essa foi a melhor participação em Olimpíadas do Brasil, que conquistou 17 medalhas, superando as 15 conseguidas em Atlanta. Mas, como diriam as piadinhas, o país poderia mudar seu nome para Bronzil, já que a maioria foram medalhas de bronze. Quanto aos ouros, o Brasil deixou um pouco a desejar, pois foram apenas 3, conquistados no vôlei feminino, no judô e na ginástica.

Eu sei que posso ser criticado e xingado, mas sem sombra de dúvida o Brasil demonstrou um desempenho cretino em certas modalidades, onde se esperava algo melhor. Por exemplo, o Cielo na natação e o Robert Scheidt na vela não comprovaram o favoritismo e saíram bronzeados; no atletismo, a Fabiana Murer pagou um mico tremendo no salto com vara e sequer se classificou para as finais (culpa do vento); no vôlei de praia, onde nossas duplas estavam se destacando, no final duas foram eliminadas e saímos com uma prata e um bronze; o time de ginástica se especializou em errar e ser eliminado da competição de equipes; o futebol feminino ficou na primeira fase; no basquete e handebol, também não foram longe... Enfim, várias derrotas...

Mas algumas sem dúvida mais amargas e inacreditáveis. Já havia comentado na postagem anterior da derrota da seleção de futebol, que chegou como franca favorita e viu o tão sonhado ouro olímpico inédito escapar logo aos 30 segundos de jogo, quando o México abriu o placar. Vergonhoso, mas algo que eu confesso que gostei de ver. Como havia dito, a mídia faz uma mega valorização do futebol nesse país, os caras têm tudo, ganham rios de dinheiro fazendo embaixadinha no comercial da Sadia, e quando chegam para jogar de verdade, mostram que não tem preparo. Time que sofre pra ganhar de Honduras depois de sair perdendo realmente não merecia levar o ouro. Gosto mesmo de ver a seleção de futebol se fuder, minha esperança é que tropeços homéricos deste mostrem que Neymar e cia. não são os únicos atletas do país que merecem destaque.


Outro grande vexame que separei para falar a respeito do esporte nacional é a medalha mais perdida da história, título que dou para a seleção masculina de vôlei. Sério, eles estavam com um match point nas mãos, ganhando de dois a zero dos russos, e conseguiram permitir que eles vencessem três sets seguidos. Uma demonstração de falta de preparo emocional diante da pressão, algo muito comum nos atletas brasileiros. É sempre assim, na hora do aperto eles peidam, como se quatro anos de preparação fossem por água abaixo. Ao contrário, os russos foram extremamente frios, e mesmo estando na merda e prestes a perder o jogo, mantiveram a concentração e viraram a partida. Não é à toa que os bebedores de vodka ficaram lá em cima no quadro de medalhas, olhando de cima para as caras de bunda do time brasileiro.


Acontece que eu preciso ser justo também com aqueles atletas brasileiros que se destacaram nesses jogos. Tivemos uma atuação exemplar no judô, superando as expectativas e contando inclusive com uma medalha de ouro; o boxe fez história, conseguindo as primeiras medalhas do esporte, contando com uma medalha de prata de Esquiva Falcão (que nome, hein?); na ginástica, apesar das quedas dos irmãos Hypólito, tivemos um ouro nas argolas; e aos 45 do segundo tempo tivemos também um bronze louvável no pentatlo moderno.

Aliás, me lembrei agora da minha infância... Quem está com seus 30 e poucos anos deve se lembrar do álbum de figurinhas das Olimpíadas de 1984 em Los Angeles, que vinha com um joguinho de tabuleiro do pentatlo moderno. Era muito legal!


Deixei por último de propósito a terceira conquista da medalha de ouro do Brasil. Ao contrário do vexame proporcionado pelos times de futebol e vôlei masculino, o time feminino de vôlei demonstrou uma força e garra inacreditáveis. Quando muitos não acreditavam (incluindo este texugo que aqui escreve, eu admito), elas conseguiram uma classificação sofrida, ficando em quarto lugar no seu grupo, depois de toda uma matemática de resultados. Se agigantaram contra as russas, ganhando um jogo dificílimo vencido no tie-break, passaram pelas japonesas e depois na final contra as americanas, conseguiram se reerguer depois de levar uma surra no primeiro set. Com isso, as meninas conquistaram o bi-campeonato olímpico de forma incrível e louvável, mesmo depois de tantas críticas. Estão de parabéns!


É, acho que vou desistir de acompanhar futebol e passar a seguir o vôlei feminino. Jogos mais emocionantes, times competitivos e esforçados e maior seriedade esportiva. E, claro... Você sabe muito bem como não resisto à sensualidade atlética das jogadoras de vôlei...


Mas tivemos outros destaques nessas Olimpíadas, sem sombra de dúvida. Não podemos falar de Londres 2012 sem falar do Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo. Quando ninguém esperava, estavam falando que ele não estava na mesma forma, foi lá o jamaica e levou três ouros, incluindo a tão desejada medalha na prova mais nobre, dos 100 metros rasos.


Acho que muito disso vem do próprio espírito animado de Bolt. Você podia ver antes das provas, de um lado os americanos com as caras fechadas e frias, compenetrados e isolados, enquanto que os jamaicanos ficavam lá brincando, zoando um ao outro, conversando com os voluntários e fazendo caretas para as câmeras. Sei que disse ali em cima que a frieza é importante no esporte, para que você possa estar concentrado e fazer o seu melhor, mas não pode ser também tão extremo. Ter aquela sensação de tranquilidade, meio que aquele ar de que está se divertindo, ajuda a afugentar a pressão.

Outro grande campeão que se consagrou ainda mais foi o Michael Phelps, que saiu da capital britânica com quatro medalhas de ouro. No total, o cara conquistou 18 medalhas de ouro, sendo o maior recordista da história. Não foi surpresa, não havia dúvidas de que Phelps ganharia alguns ouros, e imaginar que o cara já se aposentou...

Uma vitória já esperada foi também do time americano de basquete. Simplesmente destruíram todos os adversários, apesar de uma final relativamente disputada com a Espanha. Aliás, uma Espanha que foi malandra ao perder para o Brasil (algo que muitos julgaram como proposital) para só encararem o Dream Team na final. Mas os caras não tinham chance contra os astros da NBA, embora eu pessoalmente seja muito mais o Dream Team original.

Também tivemos momentos inusitados e curiosos... Por exemplo, parece que os ingleses falharam muito nas aulas de geografia, e conseguiram cometer gafes tremendas. Por exemplo, muitos atletas ucranianos foram colocados como sendo russos no site dos jogos, algo sem dúvida bem desagradável. Mas a pior de todas certamente foi essa, que poderia ter gerado uma guerra, no jogo entre Coréia do Norte e Colômbia...


Uma que ficou famosa foi a ginasta americana McKayla Maroney, que ficou em segundo lugar em uma das provas, e demonstrou seu descontentamento fazendo uma cara que viria a torná-la famosa como um dos mais novos memes. Ah, os tempos da Internet...


Outra situação cômica foi a vitória do alemão Robert Harting no lançamento de disco. O cara ficou tão contente que saiu correndo que nem um maluco, rasgou a sua camisa como se fosse o Hulk e ainda acabou correndo na pista de atletismo, onde os comissários estavam montando as barreiras para uma prova de logo mais. E não é que o puto saiu pulando as barreiras e não errou nenhuma?


Se bem que ainda sou mais a Michelle Jenneke, que já apareceu aqui, com sua dancinha fantástica.

 

Aliás, falando em beleza, posso dizer que nessas Olimpíadas haviam vários exemplares do sexo feminino que mereceram destaque. Ainda vou fazer uma postagem sobre as mais gatas desses jogos, mas só como aperitivo vamos com a bela Leryn Franco, lançadora de dardo paraguaia que também é modelo. Seria uma competidora à altura de Larissa Riquelme?


Falando em beleza, que putaria inventaram no vôlei de praia, né? Tudo bem que devia estar frio pra cacete, mas com isso os marmanjos deixaram de aproveitar um dos esportes onde menos se usa roupa...


Por fim, encerro com um dos destaques que deve ser aplaudido, que confesso que trouxe lágrimas de emoção aos olhos deste texugo. Na prova de 400 metros rasos, tivemos a participação do sul-africano Oscar Pistorius. Talvez algo nada demais, se não fosse pelo fato de Pistorius não ter parte das duas pernas e correr com próteses. Ele conseguiu ficar em segundo na eliminatória que participou e depois foi eliminado na semifinal, mas sem dúvida será sempre lembrado como um exemplo de força de vontade e determinação.

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