Amor à distância


Realmente, acho que eu estou ficando de coração mole... A notícia de hoje veio do BOL. É uma história tão interessante que decidi colocar na íntegra.


Um dentista canadense viajou milhares de quilômetros na tentativa de achar uma irlandesa por quem se apaixonou após dois minutos de conversa, em uma iniciativa que chamou a atenção da imprensa de vários países e até de casas de aposta.

Sandy Crocker, que mora na cidade de Kelowna, no extremo oeste do Canadá, conta que se apaixonou por uma menina ruiva que conheceu no Condado de Clare, uma região no litoral da Irlanda.

"Eu estava viajando de férias no ano passado e foi no meu penúltimo dia antes de ir embora [que eu a conheci]", lembra Crocker.

"Eu tive um breve encontro com a irlandesa mais bonita que se pode imaginar." Mas, por temer demonstrar que estava muito interessado nela, ele acabou tendo uma conversa apenas breve com a menina em uma cafeteria.

"Eu fiquei a observando. Ela é aquele tipo de pessoa que parece ser muito atenciosa. Eu me levantei e pedi algumas orientações [sobre a cidade] e perguntei que horas eram. Talvez se eu tivesse a elogiado, dito que ela era incrível, eu teria resolvido tudo ali mesmo."

Ao voltar para o Canadá, mesmo tendo conhecido várias outras mulheres, ele não conseguia esquecer a irlandesa.

"Isso virou até piada. Toda vez que eu conhecia uma garota, meus amigos brincavam: 'ela não é a Ennistymon'", disse Cocker, que apelidou a ruiva com o nome da cidade irlandesa onde eles se conheceram, já que ele sequer sabe o seu nome.

Sandy Cocker contou a história a um casal irlandês que conheceu no Canadá. Eles o incentivaram a voltar a Irlanda, dizendo que todos no país entenderiam o seu motivo e o ajudariam na busca pela jovem. Agora, um ano depois daquele breve encontro, ele viajou quase 7.000 km e está de volta à Irlanda, percorrendo as cidades da região na esperança de topar com a ruiva novamente.

Ele voltou ao café onde eles se encontraram e colocou um anúncio na página de classificados do jornal local, Clare People.

Mas até agora, a busca foi em vão.

Em vez de achar a garota, ele acabou atraindo um turbilhão de repórteres, que começaram a noticiar a história do dentista apaixonado.

"Se eu a encontrasse agora, acho que eu começaria a rir sobre a maluquice que tudo isso se tornou", diz.

"A história saiu em tudo que é lugar na Irlanda e agora está aparecendo nos Estados Unidos e no Canadá. Está chamando a atenção mundial. Já tem casas de apostas calculando as probabilidades de eu a encontrar, ou especulando se ela já é casada ou não. E eu sequer sei o nome dela. Essa é o aspecto mais divertido e engraçado de tudo isso."

Ele já foi entrevistado por diversos meios de comunicação em todo o mundo, desde a televisão australiana ABC News ao site americano Huffington Post.

Mesmo que não encontre a irlandesa de seus sonhos, Cocker diz que já está feliz de ter tentado.

"Eu dei uma chance para a sorte", diz. "A maioria das pessoas ia apenas rir e esquecer. Mas eu voltarei para casa e, daqui a 50 anos, não vou ter me arrependido das poucas semanas que passei percorrendo a Irlanda, sendo um pouco tolo, tentando achar uma garota que achei que era linda.

Parece mesmo enredo de filme de Hollywood, não é mesmo?

Como disse, eu estou ficando mesmo um texugo meio mole ultimamente. Em outros tempos eu provavelmente iria fazer uma postagem dizendo que o cara é louco, que isso é um absurdo, me perguntando pra quê diabos o cara vai atravessar o Atlântico para tentar encontrar uma mulher que viu só por dois minutos. E aposto que a grande maioria dos leitores assíduos (se é que existem) devem pensar da mesma forma.

Mas eu sou agora um texugo mudado... Como já devo ter comentado em alguma postagem recente, ultimamente têm acontecido coisas que estão me dando uma outra visão da vida, que estão me dando uma esperança cada vez maior de que, finalmente, as coisas vão mudar na minha vida para melhor. Sim, tem uma mulher no meio dessa história... Sempre tem, não é mesmo? Não vou entrar em detalhes aqui, lógico. Pelo menos nesse momento. É algo que diria ser até meio louco, mas que tenho uma certeza grande de que vai dar certo.

Enfim, deixando de lado a minha vida pessoal, essa história do canadense é sem dúvida bem tocante. Muitos podem dizer que é loucura, como que o sujeito primeiro se apaixona por uma garota após conversar com ela dois minutos somente? Depois, de volta à sua terra natal, acaba não querendo sair com nenhuma outra garota, pensando sempre na irlandesa. E aí para coroar tudo, o sujeito viaja para lá só com a intenção de encontrá-la. Sem dúvida, não parece ser algo muito racional de se fazer.

Ainda mais considerando que é tudo meio vago... Afinal de contas, menina de vinte e poucos anos ruiva na Irlanda deve ser tão raro quanto ver um sujeito com a camisa do Flamengo em jornal policial. Como daquela vez que o Homer teve que encontrar o primo do Apu na Índia.


"O primo do Apu tem estatura média, pele escura, olhos castanhos e cabelo preto..."

Mas uma coisa a vida me ensinou: quando se trata de relacionamentos, de assuntos do coração, a razão vem em segundo plano. Quem já gostou pra valer de uma pessoa de verdade já fez algumas loucuras de amor. Nessas horas, não pensamos mesmo, e muitas vezes fazemos coisas absurdas, que em nossa sã consciência jamais faríamos. Claro que na maior parte das vezes, dá merda total... Mas tem aquelas vezes que dá certo...

Vou contar um exemplo de algo tolo que já fiz. Tem tempo, época de colégio, para você ver que esse texugo tem o seu lado romântico sim, e desde muito tempo. Tinha uma garota de quem eu gostava muito, não sei bem porque, já que ela não me dava muita bola, e tinha horas que até me sacaneava. Mas, como eu era um babaca, continuava caidinho por ela. E aí então decidi comprar um anel pra ela, para dar de presente de aniversário.

Sim, estupidez total. Mas algo natural para um moleque sonhador de menos de 18 anos...

Só que nessa época eu não tinha grana. Ao contrário de meus amigos, que ganhavam gordas mesadas para gastar com fliperama, CDs e revista de mulher pelada, minha verba era mais limitada. Aí então comecei a economizar: ia e voltava pra casa a pé em vez de pegar ônibus, comia o mínimo possível no lanche e cortei total minhas idas ao cinema. Não apenas consegui economizar uma grana para comprar o tal anel, como também fiquei magrinho naquela época. Aí no dia do aniversário dela, consegui me organizar para sair do colégio junto com ela. Dei o anel, ela fez aquela cara de "Heh...", e ficou por isso mesmo... Nem um beijinho no rosto de agradecimento.

Estupidez total da minha parte, ela deve ter jogado o anel no lixo, ou deu pra irmã, sei lá. Não adiantou de nada. Hoje fico pensando quantas Playboys eu podia ter comprado com o que eu gastei com aquele dinheiro.

Mas na hora não pensamos mesmo. Queremos fazer algo legal, algo grandioso e especial por aquela pessoa de quem gostamos tanto, mesmo quando aquela voz da nossa consciência nos diz que não vai dar certo, de que é uma loucura. E isso é o que vejo na situação desse cara. Loucura, talvez... Mas se o cara está apaixonado pela irlandesa ruivinha que ele diz, então não há limites.

E como ele mesmo diz, melhor dar uma chance para a sorte do que desistir logo de cara. Esse é meu lema nesse momento. Tantas pessoas se vêem diante de uma situação parecida, e acabam dando ouvidos à razão, desistindo mesmo antes de começar por julgar que é muita loucura fazer isso, que será difícil, que será impossível. E essas pessoas são aquelas que, daqui a alguns anos, vão olhar para o presente, e depois para o passado, e vão se arrepender de não terem arriscado mais.

Eu mesmo olho para meu passado e vejo as coisas que eu fiz e deixei de fazer por amor. Coisas que eu fiz e acabei quebrando a cara, me magoando profundamente, e coisas que eu preferi não arriscar em fazer, digamos que situações onde optei por "navegar em mares seguros". E sabe de uma coisa? Olho para trás hoje, e sinceramente não me arrependo das loucuras que fiz, e acabo lamentando por aquelas situações onde me acovardei e não segui as minhas emoções.

Minha teoria é que, mesmo naquelas situações onde você possa ter se machucado absurdamente, é possível ganhar um aprendizado. O que somos hoje depende de quem fomos ontem, e muitas vezes passar por essas situações complicadas, como ter o coração partido, ser sacaneado ou sair da história magoado, é algo necessário para nos tornarmos pessoas melhores.

Cara, estou mesmo filosófico hoje!

E mesmo a distância não deve ser tida como um obstáculo... E daí que o cara é do Canadá e ela da Irlanda? Muitas pessoas certamente devem estar torcendo o nariz para essa idéia, mas não tem nada demais. Será que as pessoas só podem se relacionar com alguém que vive na mesma cidade, ou no mesmo país? Quem garante que aquela pessoa que vai mexer com você como nenhuma outra, aquela pessoa de quem você sempre vai se lembrar com um sorriso no rosto, aquela pessoa que faz o seu coração bater mais forte, mora assim tão perto? Por que essa pessoa especial, aquela que podemos chamar de alma-gêmea, não pode estar vivendo em outra cidade, ou até mesmo em um outro país distante?


Tenho um conhecido que passou por isso. Como eu, ele sempre quebrou muito a cara, e nunca teve muita sorte com as mulheres. Hoje ele está casado, e está muito feliz. A esposa dele, para você ver, é de outro país. Para não entrar em muitos detalhes, de um certo país europeu. Eles se conheceram pela internet, ele decidiu arriscar e viajar para encontrá-la, e acabaram se casando. Tá vendo só?

Às vezes, nós temos que dar uma chance para as coisas acontecerem. Eu sempre acreditei que o destino não determina o que vai acontecer conosco, não sou muito fã de que toda a minha vida já está escrita e determinada por uma entidade ou força superior, isso é coisa de pessoas que se deixam levar pela religião e acabam se tornando acomodadas. Sei que posso acabar sendo hostilizado (falar de religião pode ser tão polêmico quanto falar de política e futebol), mas acho extremamente absurda a postura de certas pessoas que ficam aí dizendo "ah, Deus vai fazer acontecer...", e ficam sentadas esperando as coisas caírem do céu.

Eu pessoalmente vejo o destino como uma força superior que coloca uma série de oportunidades em nossas vidas, cabendo a nós mesmos decidir o que fazer com essas oportunidades. Como se fosse o carteador de um jogo de pôquer, que lhe dá as cartas. Cabe somente a você ver essas cartas, pensar, refletir muito, e então decidir se você vai pular fora da jogada ou se vai apostar. Podemos ganhar ou perder, pode dar certo ou não. É uma decisão nossa...

E depois de toda uma série de decisões e escolhas, esse dentista canadense acabou estando em um certo momento de sua vida naquela cidadezinha irlandesa, em um café, e o destino colocou a tal menina ruiva diante de seus olhos, fez ela surgir na vida dele. E ele percebeu a oportunidade, de que ela poderia ser aquela pessoa, de que ela era a mais linda, e decidiu arriscar. Arriscar em encontrar aquela garota por quem ele se apaixonou, mesmo sem saber o nome dela.

Vamos ver o que acontece, eu estou particularmente interessado em saber como que termina essa história. Seria muito legal daqui a alguns dias eu colocar uma postagem aqui dizendo que o cara conseguiu. Fica a minha torcida pelo sujeito canadense, pois se ele conseguir encontrar a cara-metade dele dessa forma, significa que qualquer um pode. E, honestamente? Acho que vamos acabar vendo um final feliz.

Afinal de contas, até o Charlie Brown, azarado que só ele, conseguiu roubar um beijo da garotinha ruiva.


É... estou ficando mole mesmo...

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